Ó, acho simpática e positiva a iniciativa da RTP de fazer um programa sobre “Os Grandes Portugueses”, mas não tanto porque se vai escolher o maior português de todos os tempos. Aliás, nunca voto em programas de televisão, são sempre uma maneira de nos sacar até ao tutano o dinheiro do telemóvel. E não acho possível determinar o "maior português" da história.
O que eu acho importante neste programa é que existe um vasto conjunto de portugueses que os próprios portugueses desconhecem ou cuja relevância ignoram, e é sempre bom ir mais além da trilogia Camões-Amália-Eusébio típica do imaginário (se bem que colocar Camões e Eusébio no mesmo plano é daquelas coisas...). Eu tenho a certeza que muita gente não sabe que o primeiro homem a liderar uma viagem de circum-navegação e primeiro europeu a navegar o Pacífico era português e se chamava Fernão de Magalhães. E outros: Ribeiro Sanches, Pedro Nunes, Aristides de Sousa Mendes ou o Papa João XXI são figuras tão marginais porquê?
Talvez seja uma boa oportunidade para ficarmos todos a saber um pouco mais.
Na lista proposta, há também coisas que se estranham, tais como terem incluído Salazar só depois dos protestos pela sua ausência inicial. Ou ainda: João César Monteiro. Estamos a falar do realizador de “Branca de Neve”? (para quem não sabe, refiro que o mero visionamento de um excerto deste filme é uma experiência traumática). Ou ainda o rei D. Sebastião – que eu sabia, trata-se dos “grandes portugueses”, não dos portugueses famosos.
quarta-feira, outubro 18, 2006
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24 anos, velha carcaça.
2 comentários:
Não concordo contigo, mas é a tua opinião e respeito. No meu ponto de vista a obra feita não é esquecida, e nenhum dos nomes que tu mencionaste estão livres de poder vir a ser o escolhido (caso tenhas visto a apresentação do programa a semana passada).
Nisso da escolha de um Português é tudo muito relativo, e jogam muito mais as emoções do que a racionalidade, e que eu penso que seja a cultura que temos entranhada, define-nos.
Eusébio, Amália, Camões, Salazar, etc, tivéram um contributo inequívoco para a história do nosso país nos seus respectivos quadrantes, uns "cá dentro", outros levando a cada porto o nosso nome, independentemente da raça, credo ou condição ideológica.
Espero que ninguém fique indiferente a este tema, e tal como eu disse, é importante que as pessoas comecem a (re)descobrir aquilo que nos representou ao longo de séculos de existência.
Não sei porque é que o Zézé Camarinha não aparece na lista. Esse sim, merecia um brilhante destaque.
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