sexta-feira, abril 27, 2007

Adolescência

Tive uma grande grande amiga de infância, com quem partilhei inúmeras aventuras engraçadas e memoráveis, que deixei de ver ao longo dos últimos anos .

Seguimos caminhos diferentes. Ela juntou-se a um grupo de jovens anarquistas anti-globalização, estilo de vida que a mim desde sempre causou grande espécie, inicialmente não tanto por motivos de ordem político-ideológica, mas porque sou uma criatura impregnada de bons hábitos burgueses e metiam-me impressão algumas práticas deles.

Gosto de higiene e de andar com o cabelo limpinho. Gosto de uma boa conversa civilizada. Gosto de ouvir música pop americana para além de outros estilos mais eruditos. Adoro comer carne. Gosto da comida de plástico MacDonalds apesar de não ser recomendável para a figura. Não gosto nada de ganzas nem de quem anda sempre ganzado. Gosto dos horários rotineiros, do quotidiano e do lazer depois do dever. Detesto acampar ou dormir ao relento. Gosto de poder esbanjar dinheiro ao meu gosto. Aprecio a existência de regras. Valorizo o conceito de respeito a uma autoridade legítima e, acima de tudo, gosto de estar no recato do lar e em família. Aquela gente não gosta de nada disso.

A partir de determinada altura, estar com ela passou a ser um martírio, pois tinha sempre que levar com a matilha mal-cheirosa em cima, e não lhe queria dizer os porquês do meu desconforto, pois ela não compreenderia. Uma vez, um camarada dela, com os dentes da frente literalmente todos podres, deu-me uma aula autêntica sobre a crítica de Marx, a mais genial cabeça humana, à sociedade capitalista. Por diversas vezes, entrei na casa "okupada" de Setúbal, para ver o que andavam por lá a fazer. Sempre os achei feios, porcos e maus, apesar de eles se acharem bonzinhos. Naturalmente, deixámos de fazer parte da vida uma da outra.

Voltei a vê-la na televisão há dois dias atrás, com as imagens da manifestação "contra o fascismo e o capitalismo" no Chiado. Não sei porquê, mas estas manifs acabam sempre em pancada. Ou melhor, sei: a ideia que comanda a vida dos okupados é a de levarem pancada e depois berrarem que levaram pancada. Eles querem apanhar da polícia, eles gostam de levar com os bastões em cima. É isso que eles querem. Percebi isso quando vi a minha amiga a sorrir triunfante e com os braços levantados em sinal de vitória, passando por um polícia.

Estas pessoas não crescem? Há coisas que tornam impossível a sobrevivência de uma grande amizade.


quarta-feira, abril 25, 2007

terça-feira, abril 17, 2007

Não se percebe



Nos EUA, põem-se as armas nas mãos dos cidadãos. Depois acontecem catástrofes.

sexta-feira, abril 13, 2007

Ganda festarola

As fotos da festa de lançamento do Pisa-Papéis 2007/2008, no Cabaret Maxime, na passada noite de 28 de Março, já estão disponíveis!

Aguarda-se agora nova referência do Professor Marcelo, nas suas sugestões livreiras dominicais, ao melhor dos roteiros das artes performativas.

sexta-feira, abril 06, 2007

Só agora é que eu me lembrei disto

Este blogue cheio de asneiras fez um ano de vida, tipo p'raí o mês passado, e eu nem reparei. Foi por isso que não houve por toda a blogosfera lusa aquele movimento típico de parabenizações (eu sempre quis usar esta palavra). Tivesse eu previamente anunciado a data, por certo os mais visíveis blogues da praça diriam "A Asneirada faz um ano. Parabéns por alguns dos textos mais incisivos e acutilantes da blogosfera portuguesa", com link a remeter.
.... NOT!

O meu esquecimento tem muito provavelmente que ver com o facto de eu não gostar de ler o que escrevo. Na verdade, tudo o que está para trás deste post, se eu fosse rever, suscitaria em mim uma reacção algo horrorizada próxima do "isto não é meu!". Honestamente, já nem do nome do blogue eu gosto. Remodelei graficamente o estabelecimento*, à semelhança do que se verifica na imprensa escrita, para sentir que acompanho as tendências. Mas acho que agora preferia o modelo visual que tinha antes. A minha relação com este blogue tornou-se um daqueles casamentos assumidos por causa de uma gravidez não planeada. Lá vou estando aqui, a espaços, presa a isto, a perguntar-me porque comecei, sempre à procura de conseguir mudar a outra parte. Não está em causa o ADN ideológico desta coisa: A Asneirada é um blogue anti-tuga, anti-benfiquista (o segundo é decorrência natural do primeiro), anti-islâmico, moderadamente pró-israelita, extremamente pró-judaico (seja lá o que isso for), absolutamente pró-ocidental, irracionalmente romântico, essencialmente seinfeldiano - ou seja, sobre nada e por nada. Porque se cria um blogue nos dias de hoje? Por nada. Porque gostamos de nós próprios. Porque ter um blogue é como enviar um sms.

O que me incomoda é que, quando não tenho tempo suficiente para me dedicar às coisas, a minha falta de engenho e arte entra pelos olhos a dentro. Por isso, este blogue, apesar das boas intenções, é somente uma coisinha qualquer.

* para os amigos da casa interessados em saber para onde foram os links, eles estão lá em baixo de tudo. Não sei porque é que foram parar ali.

quinta-feira, abril 05, 2007

Brilhante


Os Gatos fazem mais que os políticos todos juntos. Mas já temo por eles, que vão receber ameaças de morte em catadupa.
24 anos, velha carcaça.