sexta-feira, outubro 27, 2006

Curioso...


" Golfinhos e leões também são 'gays'

Girafas, baleias, golfinhos, escaravelhos, cisnes e até leões. Estas são apenas algumas das 1500 espécies em que já foram observados comportamentos homossexuais, como mostra uma exposição patente até ao próximo Verão no Museu de História Natural de Oslo, na Noruega.

Intitulada "Contra Natura?", a exposição pretende questionar a premissa de que a homossexualidade não é natural. "Pensámos que, enquanto instituição científica, podíamos contestar o argumento de que o modo de vida das pessoas homossexuais é contrário aos princípios da natureza", explicou um do organizadores, Geir Soeli.

A exposição recorre a fotografias e reconstituições para dar exemplos de comportamentos homossexuais, em ambos os géneros, entre uma enorme diversidade de espécies. "Desde mamíferos a caranguejos e vermes. Esse comportamento pode ser raro nalguns animais e apenas numa parte da sua existência, mas outros praticam-no durante toda a vida", diz Petter Boeckman, consultor académico da exposição. "A homossexualidade é não só comum, como essencial na vida de numerosas espécies". O chimpanzé-anão, por exemplo, uma espécie que partilha com o homem 99% do seu património genético, é bissexual e usa o sexo para reduzir a agressividade e resolver conflitos. Também entre golfinhos e baleias assassinas a homossexualidade é muito comum. Nestas espécies, a ligação entre machos e fêmeas é efémera, mas entre machos pode durar anos.

O tema foi ignorado durante séculos, com os comportamentos homossexuais a serem considerados como rituais de combate entre machos, mas os primeiros registos de "atitudes equívocas" entre animais, remontam a três séculos antes de Cristo, pelo filósofo grego Aristóteles. "Não eram descritos como actividade homossexual, como pulsão de desejo", diz Soeli. "Mas os animais têm instintos muito fortes. Talvez acasalem simplesmente por ser agradável".

A exposição tem tido muitas visitas, incluindo famílias e crianças, que percorrem sem estranheza a sala do Museu de História Natural, mas não deixou de suscitar críticas. Um comentador americano afirmou que é um exemplo de "propaganda a invadir o mundo científico", enquanto um pastor luterano norueguês foi mais longe e desejou que os responsáveis pela mostra "ardessem no inferno". Outro, da Igreja Pentecostal, disse que o dinheiro dos contribuintes seria melhor gasto a ajudar os animais a corrigir "as suas perversões e desvios ".

DN, 27/10/2006

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24 anos, velha carcaça.