Num ano em que sobem abruptamente o preço do petróleo e o preço da comida, em que a Rússia invade uma nação soberana aproveitando o reconhecimento europeu do Kosovo, e em que a "Europa" volta a entrar em crise sobre si mesma com o falhanço de mais um tratado constitucional, temos agora uma série de bancos americanos e europeus a irem à falência, a terem que ser comprados por outros a metade do valor ou a serem nacionalizados. Numa questão de meses, 1929 paira sobre as nossas cabeças. Eu acho que o Presidente Bush será lembrado como o pior Presidente de toda a história dos Estados Unidos da América. O pior dos piores se calhar não será o Iraque, contra todas as expectativas. O pior dos piores se calhar será esta crise financeira, que agora esta administração empedernidamente Republicana se vê obrigada a tentar salvar com um plano estatista. Será esta crise a enterrar finalmente o estatuto de "farol do mundo" da América, fruto das condições em grande parte criadas por esta administração.
Eu, que gosto muito da América e que gosto muito do mundo livre, espero estar redondamente enganada.
terça-feira, setembro 30, 2008
segunda-feira, setembro 22, 2008
O poder do gato
Às vezes não me importava de ficar em casa o dia todo a passar-lhe a mão pelo pêlo e a ouvir o seu ronron quente e regalado. Ele olhar-me-ia com o seu olhar altivo habitual, como que a ordenar que toda a minha atenção babada permaneça concentrada nele. Seria uma vida imaculada, tudo faria sentido e o cosmos estaria em harmonia total.
domingo, setembro 21, 2008
deposito toda a minha fé nesta pequena coisa
Kainever
O nome é imponente e eu quero acreditar que é a solução para os meus problemas. É nisto que confio para combater a tortura de viajar de avião. É nisto que deposito toda a minha fé. Se alguém tiver depoimentos úteis sobre a utilidade deste medicamento durante as horas agoniantes do voo, agradeço que os deixem na caixa de comentários deste post.
quinta-feira, setembro 18, 2008
A vida nos transportes públicos
Esta manhã, a linha azul do metro esteve parada uma hora inteira porque uma mulher caiu na linha. Tive que dar a volta à cidade para apanhar um percurso alternativo. Ao fim da tarde, uma avaria nos eléctricos deixaram-me abandonada na av. 24 Julho, no meio do nada. Tive que fazer tudo a pé. Está tudo a avariar, os transportes públicos, os transportes privados por causa do petróleo, a economia, os bancos que o ano passado tiveram record de lucros, o casamento e a família tradicional,. Sinto-nos à beira do apocalipse. Ser uma trabalhadora "precária" e gostar cada vez mais de música melancólica ainda dão maior dramatismo à coisa.
domingo, setembro 14, 2008
Eu vou
Adenda: e, como é óbvio, foi o máximo, apesar de o Parque da Bela Vista ser um flop neste tipo de espectáculos com uma componente visual marcada. Madonna é Madonna. E pensar que o Vaticano exortava aos fiéis para não ir aos concertos desta mulher - haviam de ver aquele espaço carregadinho de famílias.
quinta-feira, setembro 11, 2008
25 anos, velha carcaça
25 é um número marcante. Primeiro, nem quero acreditar que já vivi metade da minha casa dos vinte. Não acredito que já cá cheguei. Aliás, pensei que nunca viesse mesmo a chegar, pois quando tinha dez anos acreditava que o mundo ia acabar no ano 2000. Depois, porque a minha projecção de mim própria para lá da idade adulta foi sempre bastante turva.
Não tendo prestado muita atenção aos meus aniversários nas ocasiões anteriores, este ano encontro-me num estado meditabundo. Os últimos dois anos arrancaram-me à força e definitivamente da infância (sim, foi prolongada e tardia), da qual tenho saudades e que recordo com muito carinho e melancolia. Se eu pudesse reviver esses momentos, só mais uma vez, com todas essas pessoas que fizeram parte do meu passado e que hoje estão longe, nem que fosse por uns segundinhos… Se eu pudesse. Gostava de ser aquele tipo de pessoas que se alegra com o seu próprio aniversário. Eu só me lembro como é triste que tudo passe e poucas coisas fiquem.
Aos 25, tenho também um sentimento de urgência. Como se fosse um agora ou nunca.
Não tendo prestado muita atenção aos meus aniversários nas ocasiões anteriores, este ano encontro-me num estado meditabundo. Os últimos dois anos arrancaram-me à força e definitivamente da infância (sim, foi prolongada e tardia), da qual tenho saudades e que recordo com muito carinho e melancolia. Se eu pudesse reviver esses momentos, só mais uma vez, com todas essas pessoas que fizeram parte do meu passado e que hoje estão longe, nem que fosse por uns segundinhos… Se eu pudesse. Gostava de ser aquele tipo de pessoas que se alegra com o seu próprio aniversário. Eu só me lembro como é triste que tudo passe e poucas coisas fiquem.
Aos 25, tenho também um sentimento de urgência. Como se fosse um agora ou nunca.
domingo, setembro 07, 2008
I say no, no, no!!!
A nomeação estranha e imprevisível da desconhecida Sarah Palin para a candidatura republicana à presidência dos EUA, nada mais do que uma jogada de sedução, recordou-me que há uma espécie de criaturas que me causam urticária: fundamentalistas religiosos.
Esta mulher defende o ensino do criacionismo (que Deus criou o mundo há seis mil anos) nas escolas e acha que a guerra no Iraque é um desejo de Deus. Também os ayatollahs acham que matar ocidentais é uma ordem de Allah.
Maneiras que isto é assim: se McCain é eleito presidente e bate as botas, esta fulana será presidente dos EUA. Livrem-nos deste filme. Já nos bastam os apocalípticos do outro lado da barricada.
Esta mulher defende o ensino do criacionismo (que Deus criou o mundo há seis mil anos) nas escolas e acha que a guerra no Iraque é um desejo de Deus. Também os ayatollahs acham que matar ocidentais é uma ordem de Allah.
Maneiras que isto é assim: se McCain é eleito presidente e bate as botas, esta fulana será presidente dos EUA. Livrem-nos deste filme. Já nos bastam os apocalípticos do outro lado da barricada.
sábado, setembro 06, 2008
crime
segunda-feira, setembro 01, 2008
Vou só ali ligar-me à corrente e já volto
As férias dão cabo de mim, já percebi. Pensei que o período de vegetação extrema ia ser uma benção, mas agora dou por mim lentificada, sem paciência para conversas - mesmo as de chacha -, desinteressada de opinar sobre seja o que for nem saber da opinião alheia, cansada dos ciclos e rotinas habituais, alérgica ao contacto diário obrigatório com o mundo. Os longos discursos das pessoas dão-me enxaquecas (porque falam tanto?). Ter que apanhar transportes públicos para estar em sítio x à hora x, dia após dia após dia, parece-me uma tarefa hercúlea. Já me tinha esquecido que era uma criatura do tipo casulo, que se sente bem longe das multidões, como um gato doméstico que tem horror a elementos exteriores e os olha de esguelha e ar altivo. A vida é tão difícil...
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24 anos, velha carcaça.