segunda-feira, julho 17, 2006

E agora, para algo completamente diferente

israel



" Quando se trata de Israel

Quando se trata de Médio Oriente, ou seja, quando se trata de atacar Israel, a tarefa está facilitada em larga escala. Um contingente de meninas idiotas e genericamente ignorantes, que assina peças de "internacional" nas nossas televisões, não se tem cansado de falar na "agressão israelita" e apenas por pudor, acredito, não tem valorizado os "heróis do Hezbollah". Infelizmente, nem a ignorância paga imposto nem o seu atrevimento costuma ser punido. Isolado desde 1947, quando as Nações Unidas decidiram pela criação de dois estados na região (um israelita, outro árabe) Israel não enfrenta apenas a provocação deliberada ou pontual do Hamas e do Hezbollah. Essa provocação tem sido permanente e é ela a razão de não existir na região um estado palestiniano livre e democrático - não o quiseram, primeiro, os estados árabes da região que invadiram Israel mal a sua independência foi pronunciada; não o quiseram, depois, os estados que tutelaram os actuais territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia; não o quis, depois, todo o conjunto de organizações militares terroristas nascidas à sombra da OLP e da figura tutelar de Yasser Arafat, a quem cabem historicamente responsabilidades directas na falência dessa tentativa de criar um estado palestiniano. Quando se trata de Médio Oriente, ou seja, quando se trata de atacar Israel, a tarefa não está apenas facilitada - os caminhos abrem-se para o lugar-comum, como se vê pelas declarações, tiradas a papel químico, de Chirac e de Zapatero, esses dois superlativos génios da política externa europeia. Não passou pelas suas cabeças, uma única vez, pedir responsabilidades ao Hezbollah e ao Hamas pelos motivos que levaram a esta reacção de Israel. Para ambos é, pois, normal que um governo do Hamas possa alimentar uma facção militar independente, que actua em guerra permanente com Israel; é também normal que um estado da região, o Líbano, possa albergar campos militares do Hezbollah, abastecidos pela Síria e pelo Irão, e destinados a atacar um estado soberano - que, além do mais, é o único estado democrático da região; e é para eles normal que Síria e Irão, além de abastecerem duas organizações militares terroristas, se regozijem abertamente com o rapto de soldados israelitas.A preocupação destes diplomatas da recessão é, fundamentalmente, com a "reacção de Israel"; em seu entender, a reacção ideal de Israel seria o silêncio total; Israel devia conformar-se com o seu destino e permanecer como o alvo de todo o terrorismo da região, pacientemente alimentado, aliás, pelos europeus que continuam a manifestar "ampla compreensão" pela atitude dos bombistas suicidas e pelos que disparam rockets a partir de Gaza ou do Vale de Bekkah; Israel deveria, pura e simplesmente, acatar. Evidentemente que nenhum desses cavalheiros pensou pedir ao Hamas, partido vencedor nas eleições dos territórios, eventuais responsabilidades na escalada de violência na região. É para eles natural que o governo do Hamas não reconheça o estado de Israel e esteja a alimentar, com toda a clareza, as facções militares que continuam, naquele folclore infantil de danças e gritos pelas ruas de Gaza, a pedir a eliminação de Israel e a vinda de mísseis iranianos para "destruir o estado sionista". Esse folclore imbecil, sim, talvez os devesse preocupar ele é também pago com contribuições da União Europeia e do seu politicamente correcto. "

Francisco José Viegas, JN 17 Julho 2006

3 comentários:

csndc disse...

Não vejo santidade na terra dita santa. Também Israel atrevidamente invade fronteiras e viola liberdades, sem que a hipócrita Europa ou a interesseira América se insurjam. Também Israel ofende. Uma guerra nao se perpetua por milénios sem mútua provocação. Que acabe em breve e de vez! E que acabe bem! já que começou tão mal...

F.J. Viegas foi parcial mas - pelo menos - suficientemente sensato para não usar sobre-usados argumentos Israelo-vitimizantes.

JFFR disse...

FJV foi parcial? Pelo contrário, FJV tentou, ao de leve, descontruir a parcialidade dos media / opinião pública europeias. Quanto aos "sobre-usados argumentos israelo-vitimizantes", vai por aí confusão da grossa, já que argumentos vitimizantes são usados em dose cavalar, sim, mas do outro lado da barricada.

Quando ouço as pessoas a falarem em "hipocrisias", começo logo a ficar arrepiada.

De facto, há hipocrisias de várias espécies e feitios.

Há a hipocrisia habitual da Europa na sua generalidade, que não é lenta a condenar Israel e em falar em "agressões", “violações do Direito Internacional", “ingerências inaceitáveis em Estados soberanos” e "terrorismo de Estado" da parte judaica, mas que ficou sempre calada perante as décadas de domínio sírio do Líbano (qual ingerência em assuntos internos, qual quê, violação do DI , que é isso), que nunca se preocupou com o facto de o Líbano ser um Estado-fantoche para as pretensões iranianas de “apagar Israel do mapa através do financiamento e instrução do Hezbollah (qual terrorismo de Estado, qual quê), uma Europa que adora puxar as orelhas a Israel mas curiosamente não se escandaliza com o modus operandi do Hezbollah, que se esconde entre as populações civis propositadamente para que estas sirvam como escudo humano (por isso a guerra não é nem pode ser convencional, é assimétrica). Maior que a “desproporção” israelita contra a qual a Europa tanto berra, só a desproporção intelectual europeia.

Também há a hipocrisia especificamente francesa, muito suis generis, que se indigna com a “desproporção” dos actos de Israel, quando há dois anos a França retaliou contra o bombardeamanto de uma aldeia pela Costa do Marfim eliminando por completo a força aérea marfinense. Desproporção? Cala-te boca.

E depois há a hipocrisia daqueles (vendo bem, toda gente) que não são anti-semitas, não, porque são é pela paz, mas que em última instância deixam escapar o que realmente pensam: Israel merece, eles é que quiseram ir para lá. Seja onde for que se começa, é invariavelmente nisto que se desemboca. Israel está por sua própria conta e risco, como sempre esteve, tendo como único verdadeiro aliado os EUA, que estão de mãos atadas pela trapalhada que criaram no Médio Oriente.

Provavelmente o único que se mantém coerente é mesmo o Zapatero, que chegou ao poder através do terrorismo e com o terrorismo se mantém, vestindo alegremente os lenços palestinianos.

Eu sou assim! disse...

Muito bem escrito! Torna-se é complicado compreender toda esta fábula á volta desse povo monhé. Esquece lá isso...

24 anos, velha carcaça.