segunda-feira, julho 31, 2006

O povo e a feira, a feira e o povo

Momento da noite, na Feira de Sant' Iago: o ar melodramático com que a rapariga de uma das bancas de rifas (às moscas) cantava Tony Carreira. Merecia um plano apertado e prolongado de Manoel de Oliveira.
Na outra banca de rifas, não longe dali, estava lá uma concentração impressionante de povo e o feirante berrava ao microfone que o presunto a sorteio era delicioso.

Porque têm uns tantos e outros nada?

Outra questão metafísica: que loucura é esta agora com as Farturas da Luizinha? Tudo bem que o povo tinha ficado órfão das Farturas do Penim desde que a Feira mudou de sítio, mas esta nova histeria era de todo desnecessária. Eu ouvi, juro que ouvi, uma velhota a dar graxa de forma escabrosa à Sr. Luizinha quando lá foi comprar seis farturas.

O povo. O povo é aquela coisa.

quarta-feira, julho 26, 2006

As esquerdas anti-semitas

" Assiste-se a um inacreditável branqueamento do terrorismo. Logo a seguir ao 11 de Setembro, as esquerdas pós-soviéticas esfalfaram-se a explicar o baixíssimo nível de desenvolvimento das sociedades onde campeia o fanatismo islâmico, o que, como não podia deixar de ser, era da responsabilidade do Ocidente.

Disseram lamentar a chacina mas no íntimo rejubilaram. O poderio norte-americano, a democracia representativa, a civilização ocidental, tudo isso era posto em causa por uma horda suicida. Não faltaram os malabarismos intelectuais repugnantemente apologéticos.

No conflito palestiniano, os pós-soviéticos não se impressionam com a perda de vidas civis causada pelo terrorismo em Israel (e ainda menos com os sucessivos genocídios que têm vitimado milhões de seres humanos em África).

É característica do terrorismo a componente civil da acção violenta e a sua ocultação na sociedade, para tentar impedir uma repressão ou para engendrar dramáticos argumentos invocando as vítimas civis quando ela ocorre, porque tudo se faz para que assim seja.

É verdade que, da parte de Israel, há excessos condenáveis nessa repressão. Mas os pós-soviéticos descontextualizam tudo. Não perdoam a Israel que seja um Estado de Direito e lute firmemente pela sobrevivência. Escamoteiam sempre os termos periclitantes dessa sobrevivência. Omitem que, desde há décadas, se deve ao mundo árabe uma tremenda sucessão de ataques, tanto militares como terroristas, com vista à aniquilação de Israel, e que os radicais islâmicos e palestinianos nunca aceitarão a existência do estado judeu.

Nunca lhes fizeram mossa as actividades do Hamas e do Hezbollah, nem o não desarmamento deste no Líbano (contrariando a decisão da ONU), nem a colaboração da Síria e do Irão no sustento logístico e na operacionalidade da organização.
Não se preocupam com o facto de o Hezbollah não bombardear unidades militares, mas sim as populações. Aí, calam-se circunspectamente.

Formalistas sempre que lhes convém, angelizam o terrorismo. Exaltam o processo das eleições na Palestina, mas não falam na responsabilidade do eleitorado que colocou um grupo terrorista no poder, nas relações desse grupo com o Hezbollah, a Síria e o Irão, nos propósitos explícitos e irrenunciados da fundação do Hezbollah e do Hamas para o extermínio de Israel, na impossibilidade de tomar a sério as suas propostas. Ainda no sábado era noticiado que o Hamas tinha proposto, quanto a Gaza, um cessar-fogo condicionado, mas que dois grupos militares o não aceitavam.

Francisco José Viegas resume lapidarmente a posição dos pós-soviéticos: "Sim, dois estados soberanos. Desde que 1) Israel esteja disponível para ser alvo permanente do Hamas e do Hezzbollah e, 2) que o outro Estado soberano seja uma plataforma para que outros Estados soberanos ataquem Israel sempre que quiserem".

Na sua batota totalitária, desceram tão baixo que até já nem acham que a religião seja o ópio do povo! Tudo serve, desde que aponte a Israel e aos EUA. Nesse caso, centenas ou milhares de mortos já não têm importância nenhuma.

Criticam a UE pela sua passividade, quando se alguma crítica há a fazer-lhe é a de ela ter andado a alimentar, pela ajuda humanitária, algumas das molas reais do conflito e algumas das corrupções mais devastadoras de que há memória na Palestina.

E nutrem um ódio étnico e torpe contra os judeus. Lenine falava na "canalha bundista" e entusiasmou-se com a teorização de Estaline sobre o Bund judaico fundado em 1897.
A acção de Estaline culminou numa repressão feroz contra os Judeus, considerados "o inimigo principal" a seguir a 1945, já depois de conhecido o genocídio nazi. Laurent Rucker fala no seu "anti-semitismo obsessivo" e Pierre-André Taguieff destaca o fenómeno paradoxal e soviético que levava à prática do anti-semitismo e, ao mesmo tempo, à denúncia deste e do racismo.

A absoluta falta de escrúpulos do sinistro ditador levou-o a apoiar a fundação de Israel em 1948. Não por ter mudado subitamente de ideias, mas para desestabilizar a Inglaterra e os EUA, colhendo dividendos para a URSS pela perturbação que contava provocar no mundo árabe. Mas, em 1951, já acusava Israel de conluio com o imperialismo.

Os pós-soviéticos, que nem sequer criticam o negacionismo dos nazis iranianos, mantiveram-se reverentemente impregnados até à medula desse anti-semitismo atávico. Mas indignam-se virtuosamente contra o racismo e a xenofobia. "

Vasco Graça Moura, DN 26 Jul 06

terça-feira, julho 18, 2006

Bush disse "shit"

Em conversa informal e à hora do petisco, GWB disse uma asneira. É uma boa notícia para muitos, pois os militantes do antiamericanismo no globo já têm material suficiente para manifs para o resto do ano. Chavezs, Anas Dragos e Ayatollahs do mundo, uni-vos!

Entretanto, soube que em Marrocos, um dos países mais "tolerantes" e "abertos" do mundo islâmico, as raparigas de mais de treze anos têm que apresentar um "atestado de virgindade" para poderem frequentar o ensino público e aceder às universidades.
O Islão, seja lá onde for, tem sempre um toque de originalidade e nunca cessa de me surpreender e abismar.

segunda-feira, julho 17, 2006

E agora, para algo completamente diferente

israel



" Quando se trata de Israel

Quando se trata de Médio Oriente, ou seja, quando se trata de atacar Israel, a tarefa está facilitada em larga escala. Um contingente de meninas idiotas e genericamente ignorantes, que assina peças de "internacional" nas nossas televisões, não se tem cansado de falar na "agressão israelita" e apenas por pudor, acredito, não tem valorizado os "heróis do Hezbollah". Infelizmente, nem a ignorância paga imposto nem o seu atrevimento costuma ser punido. Isolado desde 1947, quando as Nações Unidas decidiram pela criação de dois estados na região (um israelita, outro árabe) Israel não enfrenta apenas a provocação deliberada ou pontual do Hamas e do Hezbollah. Essa provocação tem sido permanente e é ela a razão de não existir na região um estado palestiniano livre e democrático - não o quiseram, primeiro, os estados árabes da região que invadiram Israel mal a sua independência foi pronunciada; não o quiseram, depois, os estados que tutelaram os actuais territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia; não o quis, depois, todo o conjunto de organizações militares terroristas nascidas à sombra da OLP e da figura tutelar de Yasser Arafat, a quem cabem historicamente responsabilidades directas na falência dessa tentativa de criar um estado palestiniano. Quando se trata de Médio Oriente, ou seja, quando se trata de atacar Israel, a tarefa não está apenas facilitada - os caminhos abrem-se para o lugar-comum, como se vê pelas declarações, tiradas a papel químico, de Chirac e de Zapatero, esses dois superlativos génios da política externa europeia. Não passou pelas suas cabeças, uma única vez, pedir responsabilidades ao Hezbollah e ao Hamas pelos motivos que levaram a esta reacção de Israel. Para ambos é, pois, normal que um governo do Hamas possa alimentar uma facção militar independente, que actua em guerra permanente com Israel; é também normal que um estado da região, o Líbano, possa albergar campos militares do Hezbollah, abastecidos pela Síria e pelo Irão, e destinados a atacar um estado soberano - que, além do mais, é o único estado democrático da região; e é para eles normal que Síria e Irão, além de abastecerem duas organizações militares terroristas, se regozijem abertamente com o rapto de soldados israelitas.A preocupação destes diplomatas da recessão é, fundamentalmente, com a "reacção de Israel"; em seu entender, a reacção ideal de Israel seria o silêncio total; Israel devia conformar-se com o seu destino e permanecer como o alvo de todo o terrorismo da região, pacientemente alimentado, aliás, pelos europeus que continuam a manifestar "ampla compreensão" pela atitude dos bombistas suicidas e pelos que disparam rockets a partir de Gaza ou do Vale de Bekkah; Israel deveria, pura e simplesmente, acatar. Evidentemente que nenhum desses cavalheiros pensou pedir ao Hamas, partido vencedor nas eleições dos territórios, eventuais responsabilidades na escalada de violência na região. É para eles natural que o governo do Hamas não reconheça o estado de Israel e esteja a alimentar, com toda a clareza, as facções militares que continuam, naquele folclore infantil de danças e gritos pelas ruas de Gaza, a pedir a eliminação de Israel e a vinda de mísseis iranianos para "destruir o estado sionista". Esse folclore imbecil, sim, talvez os devesse preocupar ele é também pago com contribuições da União Europeia e do seu politicamente correcto. "

Francisco José Viegas, JN 17 Julho 2006

sábado, julho 15, 2006

Estou maravilhada!

Vejam só! Uma tigra a criar porquinhos! Quem tem aquele péssimo hábito de dizer mal dos gatos devia era levar uma bofetada!




segunda-feira, julho 10, 2006

Shiu















If I were a painter
I would paint my reverie
If that's the only way for you to be with me
We'd be there together
Just like we used to be
Underneath the swirling skies for all to see
And I'm dreaming of a place
Where I could see your face
And I think my brush would take me there
But only...
If I were a painter
And could paint a memory
I'd climb inside the swirling skies to be with you
I'd climb inside the skies to be with you

domingo, julho 09, 2006

Hoje há Wimbledon



Eu páro sempre para ver o maior génio do desporto mundial, o maior jogador de ténis de todos os tempos, Roger Federer (é só dois anos mais velho que eu), ainda para mais tratando-se da final de Wimbledon, e sobretudo porque é contra Rafael Nadal. Depois da overdose futeboleira do Mundial, gosto de ser presenteada com a sua antítese desportiva: no ténis, há silêncio, educação, classe e excelência, nos corts e nas bancadas.

24 anos, velha carcaça.