segunda-feira, agosto 20, 2007

Dublin - pequena, amorosa e vibrante

Grafton Street


Ao contrário de Lisboa, diminuída e envelhecida na sua população, Dublin é uma cidade que transborda juventude e encontra-se em expansão. É pequena e não tem sequer metropolitano, o que permitiu que pudéssemos andar muito a pé. As artérias principais, O'Connell Street e Grafton Street (onde há actuações de rua quando o tempo assim o permite) estão sempre cheias de gente frenética, bem como a parte sul do rio Liffey, que divide a cidade e que é o seu verdadeiro centro. Adoro a mistura harmoniosa de cores dos edifícios e das lojas. As portas das casas também têm cada uma a sua cor, conta-se que é assim porque antigamente os homens entravam na casa errada e deitavam-se ao lado de uma mulher que não a sua, quando vinham do pub já bem regados. Os pubs e os cafés estão sempre cheios - SEMPRE. Quem vai a Dublin e se pergunta como é possível existirem tantos pubs (em cada rua existem pelo menos dois) sem que vão à falência, percebe logo: os irlandeses vivem literalmente para os pubs e para o craic (sinónimo para "passar um bom tempo"). E muitos começam a beber às 11 da manhã. Fiquei no entanto com a ideia que eles são malucos mas pacíficos. Houve até alguém que gozou comigo o tempo todo por eu ter acreditar piamente que Dublin é uma cidade sem crime.

Suffolk Street
Houve uma rua que ficou imeditamente baptizada como "a minha favorita" em Dublin: Suffolk Street, onde está a St. Andrew's Church. Achei maravilhosa a forma como as inúmeras igrejas e catedrais da cidade, sobretudo as medievais (Patrick's, Christ's Church, St. Andrew's) parecem ter sido feitas exactamente à medida da cidade dos dias de hoje. Foi aqui que apanhámos o nosso autocarro da viagem às montanhas de Wicklow. E aqui percebi também um pouco o porquê do milagre económico irlandês - eles aproveitam como ninguém o turismo. Só nesse dia, cinco companhias privadas diferentes apanhavam ali turistas para o mesmo destino.



Trinity College Dublin - biblioteca antiga

Ao entrar em Trinity pensei: porque é que eu não pude tirar o meu curso numa relíquia histórica destas? Não, a minha faculdade antiga, na Avenida de Berna em Lisboa, é um antigo quartel com prédios feios e onde se passeiam galos naquilo a que chamam esplanada exterior. E outras coisas inenarráveis.
Em Trinity, encontra-se ainda guardado o Book of Kells, manuscripto magistralmente ilustrado por monges celtas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Normalmente nos paises com clima mais "tosco", têm tendência para utilizar cores mais vivas nas casas, nos carros... É uma forma de compensar o cinzento.
Gosto da parte das portas de cores diferentes, transmite energia positiva.

24 anos, velha carcaça.