Do fundo do coração, obrigada por teres vindo ao mundo, Norah.
quinta-feira, fevereiro 22, 2007
segunda-feira, fevereiro 19, 2007
Salazar
O facto de Salazar ter surgido nos lugares da frente da corrida ao estatuto de melhor portugues de todos os tempos tem causado celeuma e grandes debates sobre os sentimentos da Nação. Mas a verdade é que não há explicação transcendente nenhuma para isto. O bondoso cavalheiro de Santa Comba tem alguns adeptos para além do grandessíssimo liberal André Azevedo Alves. É só ver o montalhão impressionante de blogues e sites da "causa nacionalista", de inspiração nazi-fascista, que apelam ao voto em massa no bondoso senhor e cujos autores gastaram provavelmente rios de dinheiro telefonando para o número de voto.
A modos que isto parece aquela vez no Big Brother em que a pobre Joana foi votada para sair porque os amigos do concorrente Lourenço, muito pouco popular na altura, "votaram" telefonicamente na ordem dos milhares de contos para o manter dentro da casa.
Para perceber certas coisas desta vida há que estar atento à cultura popular e ao mundo dos reality shows.
A modos que isto parece aquela vez no Big Brother em que a pobre Joana foi votada para sair porque os amigos do concorrente Lourenço, muito pouco popular na altura, "votaram" telefonicamente na ordem dos milhares de contos para o manter dentro da casa.
Para perceber certas coisas desta vida há que estar atento à cultura popular e ao mundo dos reality shows.
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
segunda-feira, fevereiro 12, 2007
Sismo de 6 na escala de Richter
Foi a primeira vez que senti a terra a tremer debaixo dos pés.
A cadeira, o computador, a secretária, abanou tudo.
A cadeira, o computador, a secretária, abanou tudo.
E, por fim, a idiotice veio ao de cima
Votei Sim porque entendo que o aborto é um mal que tem que ser, primeiro que tudo, conhecido e controlado, de forma a poder ser reduzido. Podemos achar que a lei ainda actual já prevê os casos excepcionais em que o aborto deve ser feito (continuo a achar incongruente a posição de quem concorda com esta lei, que prevê certo tipo de aborto, e brada pelo "direito inviolável à vida"); no entanto a presente realidade, de milhares de abortos por ano feitos não sabemos bem como (é a realidade da clandestinidade, do diz que fez, do "conheço uma pessoa que...") ultrapassa de forma gritante as "excepções" consideradas. Não vislumbro como é que votar Não seja a forma mais eficaz de atacar o problema. Estar à espera que a situação seja resolvida somente pelo planeamento familiar e pela educação sexual, sinceramente parece-me manifestamente insuficiente. Até porque há daquelas coisas engraçadas: quanto à educação sexual, tanto os do Sim como os do Não afirmaram a sua urgência, mas basta ver as reacções que se erguem cada vez que se fala na possibilidade de haver a dita cuja nas escolas. A hipocrisia não está só, como dizem, em votar Não e ir a Badajoz em caso de "complicação"...
Dito isto, não escondo a minha apreensão pelo que ainda vem por aí.
Que lei vai sair do resultado do referendo e quando, como vai ser a integração no SNS (que é o mesmo que dizer em clínicas privadas), que tipo de combate e perseguição vai haver às redes clandestinas, e os tão propalados planeamentos familiares e educações sexuais. A realidade não muda com uma simples alteração de lei, mas acredito que pode ser um impulso positivo para começar a trabalhar.
Apesar de ter votado Sim (desta vez, sem certezas), estive muito atenta ao argumentário do Não nesta campanha. Acho que não há muito que me distancie de uma certa forma de pensar de muitos defensores do Não, existe sobretudo um entendimento diferente quanto à forma prática de tentar tentar resolver o problema.
Li com maior prazer o Blogue do Não do que o Blogue do Sim.
Acho, por isso, lastimável que a verdadeira natureza de alguns "nãozistas" venha agora ao de cima. A Mafalda e o André Azevedo Alves devem com certeza, como "defensores da vida" que são, regozijar-se com a cultura da "vida" das 300 mil e tal "mortes" já praticadas sob a presente lei.
Dito isto, não escondo a minha apreensão pelo que ainda vem por aí.
Que lei vai sair do resultado do referendo e quando, como vai ser a integração no SNS (que é o mesmo que dizer em clínicas privadas), que tipo de combate e perseguição vai haver às redes clandestinas, e os tão propalados planeamentos familiares e educações sexuais. A realidade não muda com uma simples alteração de lei, mas acredito que pode ser um impulso positivo para começar a trabalhar.
Apesar de ter votado Sim (desta vez, sem certezas), estive muito atenta ao argumentário do Não nesta campanha. Acho que não há muito que me distancie de uma certa forma de pensar de muitos defensores do Não, existe sobretudo um entendimento diferente quanto à forma prática de tentar tentar resolver o problema.
Li com maior prazer o Blogue do Não do que o Blogue do Sim.
Acho, por isso, lastimável que a verdadeira natureza de alguns "nãozistas" venha agora ao de cima. A Mafalda e o André Azevedo Alves devem com certeza, como "defensores da vida" que são, regozijar-se com a cultura da "vida" das 300 mil e tal "mortes" já praticadas sob a presente lei.
domingo, fevereiro 11, 2007
O clima, uma vez mais
Acabo de regressar de mesas de voto às moscas.
Ainda sem saber os resultados exactos da abstenção no referendo deste ano, não deixo contudo de sentir neste momento uma raiva muito grande pelas pessoas deste país. Não percebo qual é o problema dos portugueses. Sei que são tacanhos, medrosos, amorfos, provincianos, broncos, cobardes, invejosos, conformistas, pobres de espírito, ignorantes, eu sei que são isso tudo. Num país deste calibre, não me surpreendem os níveis de abstenção obscenos em eleições para o Parlamento Europeu (que é isso?). Pronto, até aí nada de novo.
Mas quanto ao aborto, que diz respeito a valores e emoções centrais, que não raras vezes desperta o que há de de mais primário nas pessoas, que as põe a chamar "assassinas" e "medievais" umas às outras (reacções típicas no fenómeno do futebol, que atrai definitivamente este povo), que diz directamente respeito a milhares de mulheres e seus mais chegados, eu não consigo perceber.
Quanto ao aborto, depois da vergonha que foi a ausência das urnas há 9 anos, depois de campanhas bem mais mobilizadoras, com multiplicação de movimentos cívicos, e com a certeza na cabeça de todos de que este é um problema que tem que ser resolvido, escapam-me os porquês deste comportamento.
Havia a praia em 1998, agora há chuva em 2007.
Não dá. Por mais que tentemos, é impossível fazer dos portugueses uma espécie civilizada e merecedora da democracia.
domingo, fevereiro 04, 2007
Porque é que "Imagine Me & You" é, apesar do argumento chapado das milhentas comédias românticas existentes, um bom filme
- porque não parece uma coisa "LGBT" - precisamente porque a história é igual a todas as outras. Não há dramas existenciais nem divagações sociológicas, não há gente com traumas, não há comportamentos psicóticos. É simples, breve, leve e agradável.
- porque detesto o L-Word (desde que isto passa na 2:, tenho suores frios só de pensar que a minha mãe pode estar a fazer zapping àquela hora), com aquele mulherio todo fechado no seu gueto.
- porque as personagens são bonitas, enxutas, com ar saudável, sem olheiras da noite nem pele manchada pelos dois maços de cigarros fumados por dia, sem o cinismo amargo da vida cruel em cima dos ombros.
- porque o filme termina sem que nenhuma delas se converta à heterossexualidade, entre em troca de casais ou em orgias desenfreadas, ou corte os pulsos no final, como é hábito.
Enfim. É precisamente por ser familiar que eu gostei do filme.
sexta-feira, fevereiro 02, 2007
Aborto - irritações III
D. José Policarpo: "educação sexual é necessária mas deve apontar para a castidade"
Outra vez? Padres a falar de sexualidade?
Mas que raio de atracção pelo desconhecido!
Pela nossa saúde, proíbam-nos!
A sério!
Outra vez? Padres a falar de sexualidade?
Mas que raio de atracção pelo desconhecido!
Pela nossa saúde, proíbam-nos!
A sério!
quinta-feira, fevereiro 01, 2007
Uma pessoa está sempre a aprender
Levei um raspanete de um colega de mestrado há uma semana atrás.
Ficou indignado porque viu a revista ATLÂNTICO a espreitar fora da minha mochila e disse que eu andava a ler porcarias. Gostei do ar sapiente e de quem anda nisto há muitos anos com que usou o tom jocoso perante a minha juvenil tentativa de afirmação intelectual (eu sei que ele estava a tentar impressionar-me).
Anteontem, lá vinha ele com a revista americana THE ATLANTIC, edição de Janeiro/Fevereiro de 2007, esta sim, the real deal, prontinha para eu a levar para casa.
Ficou indignado porque viu a revista ATLÂNTICO a espreitar fora da minha mochila e disse que eu andava a ler porcarias. Gostei do ar sapiente e de quem anda nisto há muitos anos com que usou o tom jocoso perante a minha juvenil tentativa de afirmação intelectual (eu sei que ele estava a tentar impressionar-me).
Anteontem, lá vinha ele com a revista americana THE ATLANTIC, edição de Janeiro/Fevereiro de 2007, esta sim, the real deal, prontinha para eu a levar para casa.
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24 anos, velha carcaça.