quarta-feira, setembro 06, 2006

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De vez em quando, acontecem coisas que deitam logo por terra longos períodos de engenharia mental, durante os quais procuro reunir razões que me convençam de que sim senhor, existe um significado qualquer por detrás de tudo isto; sim, há um sentido oculto, mas belo necessariamente; não, o mundo não é uma tragédia - o bem normalmente acaba por prevalecer sobre o mal; não andamos todos por aqui à toa. E não consigo provar que Ele não existe, o que, por incrível que pareça, é suficiente para me ir contentando.

Ontem à hora do jantar, para além de ficar sem vontade de comer, veio ao de cima toda a veia nihilista que há em mim.
Uma investigadora portuguesa foi assassinada. Vejamos os pormenores: uma mulher cheia de boa vontade (queria contribuir para um mundo melhor, dizia ela) foi até ao lugar mais remoto do mundo - os confins da floresta amazónica - para concluir a tese de doutoramento, e encontrava-se a tomar banho numa zona isolada; por ali andava um ex-presidiário regenerado (mulher e filhos) que, por ter andado a beber, se encontrava desvairado. Resultado: ela é violada, espancada, asfixiada, arrastada e deixada a apodrecer num ermo.

Esqueçam todas as boas intenções. Não há sentido num mundo em que estas duas criaturas se cruzam no local mais inóspito da terra e o mau destrói o bom desta maneira. Por absolutamente Nada.

2 comentários:

Eu sou assim! disse...

Disseste tudo.

JFFR disse...

Gostaste?

Estás só a ser simpático :P

24 anos, velha carcaça.