Tenho apenas 25 anos, mas já posso dizer coisas como: Eu ainda sou do tempo em que era possível viver-se sem um telemóvel, sem ter que andar com o carregador para todo o lado, sem os emails (tenho mais de dez contas, para perceberem o vício), sem o iPod, sem as músicas pirateadas, sem a pen, sem o blogue e sem as ferramentas informáticas que tornam possível a gestão moderna da informação. Sou do tempo em que era preciso ir ao balcões do banco para tratar do quotidiano, ir a uma biblioteca para saber coisas. Sou do tempo em que o Herman José tinha piada e as Spice Girls ainda não tinham abdicado do girl power para se casarem e terem filhos atrás de filhos. Esses tempos parecem-me muito longínquos. O Século XX parece-me uma monumental peça de museu, lá longe, apesar de eu ter chegado a habitá-lo.
Quando eu andava no liceu, o que se vivia ainda era 2ª Guerra Mundial, a Guerra Fria, a Alemanha, a URSS, a ONU, e sobretudo o Holocausto. Ainda me lembro quando esse era o paradigma e como tudo isso mudou do dia para a noite. O mundo pós 11 de Setembro e pós Lehman Brothers parece ter varrido isso tudo.
E eu só tenho 25 anos. É incrível como a tecnologia faz com que o mundo avance a uma velocidade alucinante. Tenho a certeza que na Idade Média, primeiro que se chegasse a uma inovaçãozita na charrua, passavam-se uns bons 70 anos.
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