domingo, janeiro 20, 2008

alucinados


"Nunca tive tanta noção de o tabaco ser uma droga como nos últimos 15 dias, após ler textos alucinados por parte de colunistas habitualmente respeitáveis como Vasco Pulido Valente ou Miguel Sousa Tavares. O que eles têm escrito sobre a nova lei do tabaco, deitando mão a comparações que deviam envergonhar qualquer pessoa que tenha lido dois livros de História, é de tal modo inconcebível que só se explica pela carência de nicotina. Eles fingem que um café inundado de fumo é coisa que não incomoda ninguém. Eles chamam fascismo a uma decisão que chateia dois milhões de portugueses e protege oito milhões. E Sousa Tavares conseguiu mesmo a proeza de afirmar no Expresso, sem corar de vergonha, que a lei faz "lembrar, irresistivelmente, os primeiros decretos antijudeus da Alemanha nazi". Ora, isto não é texto de um colunista prestigiado - isto é conversa de um junkie a quem o dealer cortou na dose. Faço, pois, votos que os fumadores descompensados acabem de ressacar rapidamente, para o bom senso regressar e nós podermos voltar a lê-los com gosto."

João Miguel Tavares, DN de 15 de Janeiro de 2008

sábado, janeiro 19, 2008

terça-feira, janeiro 15, 2008

Patrocínio



Este blogue apoia Roger Federer no Australian Open 2008.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

nada mais que isto

O que me incomoda mesmo é a minha mediocridade. Porque eu tento a todo o custo disfarçá-la, dar a ideia oposta até, mas esse feito está para lá da minha arte. Estou encurralada. O óbvio impõe-se, não existe outra hipótese que não a notícia da minha natureza: sou ligeiramente acima do sofrível.

Incomoda-me muito. Bem sei que nem todos podem ser excelentes. Génios só há um ou dois a andar por aí. Mesmo os médios-bons não são um grupo de entrada ilimitada. Há maus, burros, inaptos, gente com falta de jeito, gente que passa sempre ao lado, e com naturalidade, porque todos temos direito à vida. Eu sou razoavelzita, e que mal há nisso? Supostamente nada. Não deveria haver.

A minha mediocridade incomoda-me muito, por um facto que permanece intocável desde que me conheço: gosto muito de mim. Tenho muita ternura pela minha pessoa, quero estar rodeada do melhor (acho que mereço), gosto que gostem de mim, gosto que me admirem. Em suma, acho que sou passível de ser adorada. Quando faço tudo contrário, não tenho o hábito de me maldizer, de pensar coisas como "odeio-me!", "há tanto em mim que eu gostava de mudar", como faz muito boa gente. Não vivo nessa tribulação de sentir que a primeira pessoa de quem não gosto é de mim própria. Eu não.

Não que isto seja especialmente benéfico para a minha auto-estima, porque não é. Incomoda-me a minha própria mediocridade porque me incomoda que os outros não me vejam como fantástica. Quando eu era pequena, eu acreditava que ia ser a pessoa mais famosa do mundo.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Sim,


faço parte desse grupo de pessoas que está a ler o Jerusalém do Gonçalo M. Tavares e que está a gostar imenso.
24 anos, velha carcaça.