quinta-feira, março 30, 2006

Shiu

Há dias em que nem a mais triste das músicas me apetece ouvir, mesmo que condiga com a ocasião. A música tem sempre o dom de me lembrar algo, algures. Não quero ouvir música, nem o silêncio tenho vontade de escutar, ou tolero escutar. Hoje só me apetece o nada e o ninguém.

segunda-feira, março 27, 2006

sábado, março 25, 2006

Insólito

Há um deputado do PSD na assembleia regional da Madeira que se chama Coito Pita.
Isso mesmo: Coito Pita.

quinta-feira, março 16, 2006

Querer ser-se fabulosa

Eu preciso de ter calma. É isso que me faz falta, é isso que eu tenho que aprender de algum jeito. Disciplina mental precisa-se, urgentemente. Devia ler uma manual de instruções qualquer, pela primeira vez na vida, para saber como se faz, em vez de me deitar a adivinhar pela experimentação. Acabo de perceber que não percebo nada disto. E é tão difícil, isto.

Mas talvez seja já tarde demais. E agora, por mais apavorada que me encontre, sei que não posso fugir a estas duas hipóteses: ou encontrei a felicidade eterna (como nos filmes) ou devo preparar-me desde já para uma boa dose de crua realidade pouco retractada em câmara.

segunda-feira, março 13, 2006

Felicidade é

Duas cabeças encostadas, duas mãos entrelaçadas, dois corpos refastelados num sofá, um suspiro em uníssono.

terça-feira, março 07, 2006

Saudade

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há-de apagar
O que essa tua ausência me causou

Vou contigo, Conan












I'm a-gonna go to hell when I die
I'm a-gonna do to hell when I die
I'm a-gonna go to hell when I die
I'm a-gonna go to hell when I die

segunda-feira, março 06, 2006

Há precisamente 3 anos

Morreu uma mãe e acabou-se uma família.
E por mais tempo que passe, não hei-de esquecer nunca o contraste entre o antes e o depois.

Madrugada

Sou aquilo a que se convencionou chamar de fool in love.
No meu caso específico, ter consciência dessa condição é particularmente embaraçoso, pois sempre tive gosto em imaginar-me alguém bestialmente cool (e nada fool) em noventa e nove vírgula nove porcento das ocasiões. Ser fool in love, sendo simultaneamente eu, é transpôr-me do zero para o oitenta, do sofisticado para o patético numa questão de segundos. É ver-me idiota e perceber, de repente, que já o era quando ainda me julgava irrepreensível. Sou uma fool in love e sei que me encontro insolitamente in love. E sabe bem estar in love (isto é, supondo, num arriscadíssimo acto de fé, que também há love do outro lado), mas a parte fool, sinceramente desejava saber conviver melhor com ela.

Por incrível que pareça, estas são descobertas pessoais muito muito recentes.

domingo, março 05, 2006

Hoje é Domingo

Sunday morning rain is falling
Steal some covers share some skin
Clouds are shrouding us in moments unforgettable
You twist to fit the mold that I am in
But things just get so crazy living life gets hard to do
And I would gladly hit the road get up and go if I knew
That someday it would lead me back to you
That someday it would lead me back to you
That may be all I need, In darkness she is all I see
Come and rest your bones with me
Driving slow on Sunday morning and I never want to leave
Fingers trace your every outline, paint a picture with my hands
Back and forth we sway like branches in a storm
Change the weather still together when it ends
That may be all I need
In darkness she is all I see
Come and rest your bones with me
Driving slow on Sunday morning and I never want to leave
But things just get so crazy living life gets hard to do
Sunday morning rain is falling and I'm calling out to you
Singing someday it'll bring me back to you
Find a way to bring myself back home to you
And you may not know
That may be all I need
In darkness she is all I see
Come and rest your bones with me
Driving slow on Sunday morning
There's a flower in your hand, I'm a flower in your hand...

Encontro com o povo

Deslocámo-nos ao Jumbo de Alfragide num sábado à tarde, o que era já de si uma potencial receita para a dor de cabeça. Lá dentro, deram-nos de oferta (eu juro que não pedi nada a ninguém!) dois chocolates que agora não me lembra a marca e uma caixa de mini Magnums, que foram para o fundo do carrinho. Estávamos já na caixa a arrumar as compras em sacos quando uma senhora de óculos, cuja faixa etária me pareceu situar-se entre os 45 e os 55 (poderei estar a ser generosa), estando atrás de nós na fila, se dirige a nós com ar raivoso e de dedo em riste (apontado para as ofertas no fundo do carrinho que obviamente não íamos pagar) e diz isto: "É mesmo à portuguesa, não é??!!". A criaturazinha de dedo em riste julgava que íamos roubar aquela mixuruquice, mesmo depois de já termos no carrinho sacos e sacos de compras pagas. "São ofertas", dissémos, e fomos embora.
Mas porquê? Porque é que não dissémos justamente "mas o que é que vocemecê tem a ver com isso, sua velha jarreta frustrada da vida?!" ?. Perdemos uma boa ocasião para responder à grande.

Eu sei que ele não faz por mal

Amanhã é noite de Óscares e eu acabo de ouvir a nossa suma autoridade televisiva em cinema, o simpaticão Mário Augusto (é notoriamente um simpaticão ao nível de outros simpaticões insuportáveis, como o Jorge Gabriel e o Zé Carlos Malato). Este homem é pago para ver cinema, convive há uma catrefada de anos com as estrelas de Holywood, terá sido, inclusive, com ele que o Michael Douglas comentou "que bela mulher!" quando viu a Zeta Jones pela primeira vez (isto contou ele no Cabaret da Coxa), no entanto parece que ainda não aprendeu a falar inglês de jeito, o que me causa grande impressão.
Cada vez que o Mário Augusto tenta falar inglês, arrepiam-se-me os cabelos. Hoje fiquei a saber que ele aposta na Reese Winspoon (Reese Witherspoon) para melhor actriz e no Brackboke Mountain (Brokeback Mountain) para melhor filme.

Preguiça

Se eu me der ao trabalho de meditar, de raciocinar genuinamente, de pensar sobre a vida que se produz em mim e para mim (mas não necessariamente por mim), chegarei à conclusão que muito certamente tenho bem mais do que mereço. Vou compreender, se me apetecer pensar sobre isso, que esta vida que tenho em mãos é, na suprema maioria das vezes, desprezada, subvalorizada, desperdiçada, quando tem todas as condições para ser o inverso oposto. E que eu não tenho a menor pista sobre como alterar este estado de coisas, este estado de alma; nunca soube como operar sobre mim mesma (o problema de sempre, passado e futuro); pergunto-me se este defeito é crónico ou se existem perspectivas válidas de cura. Sinto que tenho gosto pela existência, por estar aqui, por ir respirando e falando e comendo e dormindo, amando sempre, mas nunca efectivei esta existência numa vida propriamente dita. Provavelmente, morrerei ainda em potência, em dia algum activada. Provavelmente, chegarei ao fim sem nunca ter experimentado verdadeiramente um início.
Que interessa isso, no fundo? O fim é o fim. Tudo o que fica para trás vale nada. Porque o valor do passado, por imenso que seja, por maiores que sejam as construções e consideráveis os actos, não existe face ao absoluto nada do presente, quando presente for o fim. E no fim, nada disto há-de ser real.

É costume

Não tenho nada para dizer.
24 anos, velha carcaça.